Como tudo que fica na saudade é indelével [como o romance de Carlinha], como tudo que se ausenta permanece presença, volto à escrita como o bom filho a casa torna.
Se nenhuma inspiração tivesse, bastaria mirar lá fora e ver nessa tarde amena, o nublado do céu encontrar-se com o azul acinzentado do mar.
Resta-me apenas compor...
"Compor" parece audacioso demais, verbo que designa a maior das artes: a criação.
Como um simples mortal, convém recompor.
Recompor é ideal. Não é crime, não é plágio, nem é uma simples paráfrase.
Vou-me dedicar à recriação das coisas, a partir da reforma desse blog.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Um julho
Fez hoje um clima típico de inverno.
Talvez frio.
Mesmo os raios de um sol tímido não deixaram
Que os casacos se divorciassem dos seus corpos.
Ao menos uns desses (que ao sair de uma manhã gélida de prova)
Deixam-se prostituir pelo calor do descompromisso.
A cidade, os ônibus e a faculdade pareceram menos humanizados
Do que costumam ser.
Poucos risos, baixa temperatura...
Faltam homens com bengalas, mulheres de seios fartos
E jovens que carregam mochilas lotadas de sonhos.
E hoje ainda é segunda-feira...
Gostaria mesmo é de terças que fossem sextas e quartas, sábados.
Necessitamos lotar nossas rotinas de fins de semana.
Abraço.
sábado, 17 de abril de 2010
Anti-depressivo
Acordei depois de um dia extremamente cansativo. Afinal, festas cansam, ainda mais quando nelas temos que trabalhar. E chegou ao meu e-mail uma mensagem, intitulada com um anti-depressivo. O que há de tocante nela é a nossa falta de sensibilidade às pequenas coisas que acontecem que não valorizamos. Mas, talvez depois desta lida, quem sabe não comecemos a avaliar melhor o que se passa e vai, já que ninguém percebe. Compartilho-a com vocês e espero afagá-los com um apertadíssimo abraço.
O que é de facto significativo?
O filho que muitas vezes não limpa o quarto e fica a ver televisão, significa que...
Está em casa!
A desordem que tenho de limpar depois de uma festa, significa que...
Estivemos rodeados de familiares e amigos!
Não encontro estacionamento, significa que....
Tenho carro!
As queixas que escuto acerca do governo, significam que...
Tenho liberdade de expressão!
O trabalho que tenho em limpar a casa, significa que...
Tenho uma casa!
As roupas que estão apertadas, significa que...
Tenho mais do que o suficiente para comer!
Os gritos das crianças, significam que...
Posso ouvir!
O despertador que me acorda todas as manhãs, significa que...
Estou vivo!
O cansaço no final do dia, significa que...
Posso trabalhar!
QUANDO PENSARES QUE A VIDA TE CORRE MAL...
LÊ OUTRA VEZ ESTA MENSAGEM!!!
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Deu branco
Acordei bem. Pois é, a chuva não provocou apenas deslizamentos de terra, mas trouxe muitos outros danos, além dos emocionais e financeiros. Perdoem-me o apenas, quis dizer "não só... mas também..." Trouxe-me um resfriado. E um daqueles que fazem os olhos e a pele arderem. Melhorei.
Comecei a corrigir as provas. Esqueci de comentar anteriormente, as tragédias chegaram juntas. não por que Língua Portuguesa seja uma matéria que exija muito do aluno. Porém, o aluno exige muito do português. Ele quer mudar a gramática a todo tempo.
Encontros consonantais viram dígrafos; ditongos, hiatos; fonemas, letras... Salve-se quem puder!
Peguei uma carona com a internet para aproveitar e descansar de tais asneiras (que ensinam, se revisadas) e acabei escrevendo a crônica de hoje.
Só que a todo momento olho a resma de papel sobre a mesa e lembro que o dever me chama. As palavras saltam aos olhos numa ordem nem tão alfabética. Assim, esclareço acertos e semi-acertos.
Verdade, descobri que só não acerta quem não tenta.
A coisa mais simples de desvendar é o que está em branco. Simplesmente, não existe!
sábado, 3 de abril de 2010
Descobertas?
Acordei hoje assim, achando tudo muito involuntário, que chega a ser gozado. Eu e Luis Fernando Veríssimo sentimos isso muito bem...
Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me
embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,
faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir
desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!"
sábado, 27 de junho de 2009
A quem parte
À amiga, que, mesmo longe, estará sempre conosco:
A amiga
Numa tarde de sábado
Preparava um bolo
E sorria a vida.
Agora
Seus ingredientes são outros:
Ela é a própria matéria.
E, pela primeira vez descompassada, ela nos deixa,
ainda sim, para celebrar a eterna vida.
Saudades eternas do seu amigo.
A amiga
Numa tarde de sábado
Preparava um bolo
E sorria a vida.
Agora
Seus ingredientes são outros:
Ela é a própria matéria.
E, pela primeira vez descompassada, ela nos deixa,
ainda sim, para celebrar a eterna vida.
Saudades eternas do seu amigo.
Quando se sente
Quando as páginas estiverem todas preenchidas não significa que a história já teminou, mas sim que continua em outras páginas de outros livros. É a vida completando outra vida.
Mas, sem deixarmos de ser nós próprios, permanecemos. Porém, com o tempero do outro.
À poesia, paradigma do amor, temos vários verbos:
- Enxergar (mirar)
- Ad-mirar
- Abrir-se (Maravilhar-se)
- Cultivar
- Habitar
- Cultuar
Então temos o amado como:
- o Mirado
- o Ad-mirado
- a Doação (a Maravilha)
- o Cuidado
- a Morada
- o Divino
Tudo começa na visão de um sentidor...(Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.)
E acaba na emoção do sentente: como se fôssemos dois em um...
Como se fôssemos a metáfora do acontecer.
Mas, sem deixarmos de ser nós próprios, permanecemos. Porém, com o tempero do outro.
À poesia, paradigma do amor, temos vários verbos:
- Enxergar (mirar)
- Ad-mirar
- Abrir-se (Maravilhar-se)
- Cultivar
- Habitar
- Cultuar
Então temos o amado como:
- o Mirado
- o Ad-mirado
- a Doação (a Maravilha)
- o Cuidado
- a Morada
- o Divino
Tudo começa na visão de um sentidor...(Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.)
E acaba na emoção do sentente: como se fôssemos dois em um...
Como se fôssemos a metáfora do acontecer.
Assinar:
Postagens (Atom)